domingo, 2 de dezembro de 2012

Resenha: Água Para Elefantes

Título: Água para Elefantes
Original: Water for Elephants
Autora: Sara Gruen
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Nota: 8


Sinopse: Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Por 70 anos Jacob guardou um segredo. 

Ele nunca falou a ninguém sobre os anos de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora.Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento - o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais.É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.Água para elefantes é tão envolvente que seus personagens continuam vivos muito depois de termos virado a última página. Sara Gruen nos transporta a um mundo misterioso e encantador, construído com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera.


Como posso começar essa resenha? Vejamos, antes de comprar o livro, li em diversos lugares que este era um livro emocionante, com o qual eu iria chorar rios e que iria provocar em mim as mais fortes emoções. Isso não aconteceu, e não foi por falta de tentativa, mas lembrando que talvez eu não seja a leitora mais sensível, -rs- portanto, muitos podem -e vão- se emocionar. Por outro lado, embora não tenha me emocionado, gostei muito da trama, gostei do desenvolvimento, e também de descobrir ao final do livro, que várias passagens foram baseadas em fatos reais.


                                               


A narrativa é feita por Jacob, já idoso, em uma casa de repouso. O desenrolar nos é contado enquanto ele dorme, e sonha com os acontecimentos de sua vida. E as passagens são alternadas entre o presente, na casa de repouso, e o passado.

Jacob fazia faculdade de veterinária, e estava fazendo seu último exame quando recebeu a notícia de que seus pais haviam sofrido um acidente de carro e não sobreviveram. Além disso, ele se descobre com uma dívida enorme que seu pai tinha. Sem condições de continuar a vida ali, ele foge sem destino.

No caminho, ele acaba entrando no Circo dos Irmãos Benzini, que é comandado por Tio Al.

Jacob descobre no circo um novo lugar para recomeçar. Onde ele poderia fazer o que amava –cuidar dos animais-. Ao receber o cargo de veterinário, ele fica mais próximo das pessoas de mais influência do circo – Tio Al, August e Marlena.

August é o responsável pelos animais, ele orienta Jacob sobre o que dar de comer a quais animais e o apresenta ao trabalho, ao ambiente, e a algumas pessoas que trabalhavam lá também, além disso, August é marido de Marlena.

Durante o início, não havia nenhum elefante no circo dos Irmãos Benzini –estranho, não?– mas isso muda quando um dos muitos circos que há no país cai na falência –algo que acontecia muito naquela época- e Tio Al vai até lá para ver se consegue comprar algum número para seu circo, recuperar alguma coisa. E é nesse momento que eles encontram a elefanta Rose.

Rose é um dos motivos pelo qual Jacob e Marlena começam se aproximar, e então se apaixonam. August trata Marlena de maneira grosseira em várias passagens, e ela aceita tudo, achando que merece isso, e que tem de agüentar. Porém ao se envolver com Jacob e perceber o quão diferente sua vida pode ser, ela deixa de aceitar as imposições de August. Isso acontece principalmente depois que August ataca a elefanta e a fere gravemente. A partir daí, tanto Marlena quanto Jacob se voltam contra August, planejando uma fuga, um jeito de se salvarem.

O desenrolar conta como Jacob conseguiu ajudar vários de seus amigos que não faziam parte dos Artistas –e portanto eram tratados de forma inferior-, como conseguiu ajudar Marlena a se desvencilhar de August e como conseguiu salvar sua própria vida.

Um fato do livro –que o torna excelente- é que praticamente todos os personagens têm uma personalidade marcante, forte, e o leitor facilmente consegue se envolver com eles.

Eu recomendo a leitura, é um livro muito bem construído, e de antemão já aviso que os primeiros capítulos talvez pareçam tediosos – e, de fato, são um pouco- porém, não demora tanto para ficar interessante, então, tenha paciência! (rs) O livro também conta com um ótimo desfecho. Tenho certeza de que os que lerem irão se encantar com a trama.


Quotes preferidos:

“E então eu rio com vontade porque tudo me parece tão ridículo e tão maravilhoso e é só o que posso fazer para não me desmanchar em risadas. E daí que eu tenho 93 anos? E daí que eu seja velho e entrevado e meu corpo uma ruína? Se eles estão a fim de me aceitar, a mim e à minha consciência culpada, por que eu não deveria ir embora para o circo? É como Charlie disse ao policial. Para este velho aqui, esta é a sua casa.”

“Quando temos cinco anos sabemos até mesmo os meses de nossa idade. Mesmo por volta dos 20 sabemos quantos anos temos. Tenho 23, dizemos, ou talvez 27. Mas quando chegamos aos 30, algo estranho começa a acontecer. A princípio é um mero sobressalto, um instante de hesitação. Quantos anos você tem? Ah, eu tenho – você começa confiante, mas depois para. Ia dizer 33, mas não é essa a sua idade. Você está com 35 anos. E isso o incomoda, pois você fica imaginando se não é o início do fim. Claro que é, mas ainda faltam décadas para você admitir isso.”

“Minhas banalidades não lhes interessam,e dificilmente eu poderia culpa-los por isso.Minhas histórias reais estão defasadas.E daí que eu posso falar em primeira mão da gripe espanhola,do advento do automóvel,das guerras mundiais,das guerras frias,das guerras de guerrilha e do Sputnik? Agora,tudo isso é história antiga.Mas o que mais eu tenho a oferecer? Nada de novo me acontece.Essa é a realidade do envelhecimento,e acho que essa é a questão essencial.Ainda não estou preparado para ser velho.”


Tenham uma ótima leitura!

Ana Batuta

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