domingo, 2 de dezembro de 2012

Resenha: Destino

Título: Destino
Título Original: Matched
Autora: Ally Condie
Editora: Suma de Letras
Páginas: 240
Nota: 9


Sinopse: Cassia tem absoluta confiança nas escolhas da Sociedade. Ter o destino definido pelo sistema é um preço pequeno a se pagar por uma vida tranquila e saudável, um emprego seguro e a certeza da escolha do companheiro perfeito para se formar uma família. Ela acaba de completar 17 anos e seu grande dia chegou: o Banquete do Par, o jantar oficial no qual será anunciado o nome de seu companheiro. Quando surge numa tela o rosto de seu amigo mais querido, Xander - bonito, inteligente, atencioso, íntimo dela há tantos anos -, tudo parece bom demais para ser verdade.Quando a tela se apaga, volta a se acender por um instante, revelando um outro rosto, e se apaga de novo, o mundo de certezas absolutas que ela conhecia parece se desfazer debaixo de seus pés. Agora, Cassia vê a Sociedade com novos olhos e é tomada por um inédito desejo de escolher. Escolher entre Xander e o sensível Ky, entre a segurança e o risco, entre a perfeição e a paixão. Entre a ordem estabelecida e a promessa de um novo mundo.

Destino é o primeiro livro de uma trilogia. A trama se passa num futuro não muito distante, onde as pessoas são controladas por um órgão chamado A Sociedade. Os cidadãos não têm muitas escolhas, a não ser seguir o que a Sociedade determina, acreditando que é o melhor para eles. A Sociedade determina tudo, onde os cidadãos moram, onde trabalham –através de testes para saber as habilidades da pessoa-, o que devem comer –sua comida é controlada por nutricionistas, de acordo com suas necessidades e chega à casa de cada um por um tubo-, como devem se vestir –há roupas para diferentes etapas da vida, por exemplo, adolescentes na escola vestem marrom, trabalhadores vestem azul, e Funcionários da Sociedade vestem branco-, quando e como se divertir –há poucos lugares para ir, e todos controlados pela Sociedade-, com quem devem se casar -é decidido no Banquete do Par-, quando devem ter filhos, e até mesmo quando devem morrer.


                                               




Além de limitar muito as escolhas dos cidadãos, a Sociedade também limita a cultura do país. Quando a Sociedade começou se estabelecer, criou o Comitê dos Cem. Esse comitê era encarregado de separar cem obras de cada tipo de arte. Os cidadãos têm acesso a cem pinturas, cem músicas, cem poemas, cem histórias. Sempre cem. Com relação a isso a Sociedade explica que as pessoas que viviam no mundo anterior à Sociedade, eram sobrecarregadas com o excesso artístico, por isso nunca poderiam aproveitar plenamente todas as obras artísticas. Com o sistema de cem de cada, todos poderiam aprofundar seu conhecimento em cada uma das obras.

“Para melhor, disse a Sociedade, e todos acreditaram porque fazia sentido. Como podemos apreciar qualquer coisa por completo quando somos sobrecarregados por coisas demais?”

O livro começa quando nossa personagem principal, Cassia, está indo ao seu Banquete do Par, mas o que seria esse banquete? É um evento que ocorre com adolescentes de 17 anos, e é quando eles descobrem com quem irão se casar. A Sociedade calcula quem é o melhor pretendente para quem, e tem por objetivo criar cidadãos saudáveis, assim como mostra esse trecho:

"O objetivo da Formação de Pares é duplo: garantir à nossa Sociedade futuros cidadãos os mais saudáveis possíveis e oferecer as melhores oportunidades para cidadãos interessados em experimentar uma Vida Familiar bem sucedida. É da maior importância para a Sociedade que os Pares sejam os mais perfeitos possíveis.”

Lá, cada garota descobria quem era seu par, e o rosto de seu futuro marido aparecia em um telão, por que eles sempre eram de outra cidade, e às vezes moravam do outro lado do país. Quando chega a vez de Cassia, a tela fica escura, e então a apresentadora faz um anuncio: o par de Cassia estava presente ali. Todos ficam maravilhados, pois raramente duas pessoas destinadas a ser um par moravam na mesma cidade. Cassia mal pode esperar para saber quem é quando a apresentadora anuncia que seu par era seu melhor amigo desde a infância, Xander.

Cassia começa viver um sonho. Ela recebe um ‘microcartão’ com as informações de Xander, informações essas que ela não precisaria, pois já sabe tudo sobre ele. Mas mesmo assim, ela resolve dar uma olhadinha para conferir se sabe tudo mesmo. Quando ela insere o ‘microcartão’ no terminal, em vez de aparecer o rosto de Xander, aparece o de outro garoto, que ela também conhece, Ky. E é aí que a trama se desenrola.

Cassia se prende à dúvidas:

“Se Ky aparece no meu cartão, significa que há um erro na Sociedade? E se existe um erro, significa que Xander pode não ser o melhor par para mim? E se for, será que meus pais são realmente feitos um para o outro?”

Cassia começa querer ter o direito de escolha, querer poder ter o que ela quiser, quando quiser, da forma que quiser, sem controle, sem limitações.

“Uma vez que você quer algo, tudo muda. Agora eu quero tudo.”

No dia do Banquete Final de seu avô –aos 80 anos- ele mostra a Cassia um esconderijo em um artefato que ele lhe dera no dia do Banquete do Par, e escondido nele, há um poema, um poema que não pertence aos Cem Poemas. Um poema proibido. E com isso, diz o seguinte:

“Cassia – sussurra. – Eu estou te dando algo que você ainda não é capaz de compreender. Mas acho que vai compreender um dia. Você, mais do que ninguém. E lembre-se: você sempre tem o direito de questionar.”

Recomendo o livro para aqueles leitores que estão em busca de um romance, com uma ótima trama por trás. Retificando que é por trás que está a trama, pois o enfoque do livro é maior no triângulo amoroso entre Xander, Cassia e Ky. Vocês vão se envolver com as personagens, principalmente com Ky. E tenho certeza que aquele que ler irá amar, assim como eu amei!

Quotes preferidos (puxa, foram muitos!):


“Você acha que não tem nada aqui porque nós não tentamos resistir. Mas têm palavras nas nossas cabeças que ninguém mais conhece. (...). Nós temos coisas de valor, mas vocês nunca vão conseguir encontrar porque nem sabem onde procurar.”



“— Mas se pudesse ter um Par — digo suavemente — como você acha que ela seria?

— Você.”

“Eu acredito em você - diz ele, a voz baixa e quase reverente. - E isso é mais fé do que eu jamais imaginei que fosse ter”.

“Tudo o que eu sonho é simples, corriqueiro, cotidiano. É por isso que eu sei que são sonhos. Porque as coisas simples, corriqueiras e cotidianas são aquelas que nunca podemos ter.”

“Xander é meu Par e meu amigo mais antigo, uma das melhores pessoas que conheço. Quando eu o beijei, foi bom. Me sinto atraída por ele, e presa a ele pelos cordões de milhares de lembranças diferentes. Ky não é meu Par, mas talvez pudesse ter sido. Ele é aquele que me ensinou a escrever meu nome, a guardar poemas, a construir uma torre de rochas que parece que vai desabar mas não desaba. Nunca o beijei e não sei se um dia beijarei, mas acho que talvez fosse mais do que bom.”

“A cada minuto que você passa com alguém, você entrega à outra pessoa uma parte da sua vida e toma um pouco da dela.”

“Ele me olha com aqueles olhos mutantes, aqueles olhos que achei que eram da cor da terra mas que são da cor do céu (...)”

“Seus olhos são azuis, negros e também de outras cores, e sei de um pouco que viram e do que espero que vejam agora.”


Book Trailer de Destino:






Destino já tem uma continuação lançada no Brasil, Travessia (leia a resenha clicando aqui), e o terceiro livro, Reached, será lançado nos Estados Unidos em novembro e é provável que saia aqui em meados do ano que vem.

Travessia e Reached:

   



Ótima leitura à todos!


Ana Batuta

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